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O poder transformador da literatura
Eu não acredito na força da palavra. Pouco. Se existe uma coisa poderosa, transformadora e capaz de mudar a história é a palavra. Escrita, contada, cantada. Tudo o que nos move é a partir da palavra. Foi a palavra encarnada que se fez homem para nos salvar. Como desprezar a palavra? A literatura é, grosso modo, a ciência da palavra. Por isso, não posso deixar de acreditar na força e no poder que a literatura tem. 
Minha experiência em sala de aula, como poeta e escritor corroboram essa sensação metamorfoseadora que a palavra proporciona. Quem lê desenvolve intimidade com a palavra. Quem desenvolve intimidade com a palavra é mais leve, articulado, reflexivo. Quem faz da palavra uma aliada, não é envolvido em artimanhas, desinformação ou discurso de ódio. Não tão facilmente, pelo menos. 
A verdadeira ditadura de fake news que estamos vivendo, com seus movimentos paralelos – terraplanismos, xenofobias, racismos, movimentos anti-vacinas, por exemplo – é uma mostra cabal como a falta de convivência e intimidade com palavras desperta o pior do ser humano. Esses movimentos, geralmente, sabotam informações – textos escritos – em troca de vídeos onde a força da imagem quebra a soberania das palavras. Quem adere a esses grupos, raramente tem hábito de leitura, não é capaz de usar recursos cognitivos avançados para a interpretação de um texto, e se deixa consumir pelo uso quase imoral de imagens cuidadosamente montadas. A razão perece. O ódio cresce. A palavra quase falece. 
Quem, ao contrário, faz da literatura sua parceira, dificilmente é manipulado assim. Mesmo sem querer, a leitura provoca reflexões, e quem reflete, questiona. Questionando fazemos o primeiro movimento em rumo à libertação da mente e à fuga das caixinhas em que tentam, sistematicamente, nos colocar. 
Ler é libertador. Ser livre é ter livros. Na mente, no coração, na alma. Ser livre é viajar, mesmo estando presos ou isolados. Nos livros, temos essa liberdade e podemos romper o casulo da inércia e da ignorância que alguns insistem em nos colocar.  Então, que tal, sermos livre a partir da palavra?
 
 

Eduardo Baccarin-Costa é Mestre e doutorando em Letras pela UEL. Professor há 30 anos de Literatura e Produção Textual, ministra cursos nessas áreas além de Escrita Criativa.  Poeta, escritor e produtor cultural, tem 8 peças teatrais escritas ( quatro encenadas) e algumas canções gravadas. Como escritor tem 7 livros publicados sendo quatro de poemas e três romances. Venceu  por três anos consecutivos o concurso da Editora Leia Livros (2018,2019 e 2020) com os romances O Solitário do 406, Um som diferente e Liberdade Condicional, respectivamente; Classificado em primeiro lugar na categoria romance no Concurso Outras Palavras, promovido pela Secretaria de Cultura do Paraná (2020) com o romance Apenas três palavras.

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