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Vitrais iluminados

Confira o prefácio do lançamento O livro da ficção científica brasileira

Contos, devido ao tamanho limitado que os define, têm sempre a chance de serem um formato popular, agindo como drops de literatura: pode-se consumir aos poucos, sem um risco tão grande, como o de um romance, de perder a página, o fio da meada ou o envolvimento, uma vez fechado o livro. Antologias são uma ótima embalagem para quem gosta desse formato, contendo variedade de autores ou somente de temas (especialmente quando é de um autor só, o que no caso são coletâneas), podendo sempre apresentar novas ideias e novos pontos de vista, quando não, novos autores a novos leitores.
Contos de literatura fantástica têm mais responsabilidade, a meu ver: pois em seu curto espaço, há que contar uma história e ainda levantar um cenário que simplesmente não é o nosso, não é o cotidiano. E, ao ser breve, lança uma luz sobre as possibilidades não contadas, além da história que é narrada. Uma antologia fantástica lança diversas luzes de diversas cores, enquanto tenta fazer um conjunto maior.
No Brasil, há um interesse crescente por literatura fantástica — ficção científica, fantasia, terror —, sejam romances, noveletas ou contos. Em 2019, duas premiações da literatura fantástica no Brasil, os Prêmios Argos e LeBlanc, registraram respectivamente 15 e 23 antologias e coletâneas, criadas em português, escolhidas pelo público.
Contando-se ainda, como efeito prático desse interesse, as editoras especializadas em literatura fantástica que surgiram e proliferaram no mercado brasileiro nos últimos 15-20 anos. Elas investem não só em romances: novos editais de antologias chamando por contos que pipocam quase a cada semana, variando em tamanho e gênero/subgênero.
O resultado é: em sua tela (ou em suas mãos) está O livro da ficção científica brasileira, antologia na qual o organizador Maurício Coelho reúne 39 contos curtos permeando diversos temas e subgêneros comuns da Ficção Científica, todos de autoria inédita brasileira: viagem no tempo, distopias, invasões alienígenas — há de tudo um pouco, o qual não posso detalhar muito sob o imperdoável risco de contar spoilers (chance melhor dada ao meu prezado Gerson Lodi-Ribeiro, sem maiores preocupações com isso, ao assinar o posfácio do livro — conforme ele mesmo se gaba!). Mas adianto que, além disso, haverá a chance para o leitor divertir-se com a ação e mesmo parar para a reflexão, tal é a variedade da Ficção Científica.
Variedade esta que, combinada com o número de autores, com suas vozes e ideias próprias, refratam a luz da criatividade como um vitral sob o sol, com suas histórias multicoloridas compondo um estranho retrato que, a cada novo detalhe contemplado, mais consegue nos inspirar.

luizfelipe

Luiz Felipe Vasques é designer gráfico. Participa ocasionalmente de antologias do gênero fantástico e co-organizou duas, Super-Heróis (2013) e Monstros Gigantes – Kaiju (2015), ambas pela editora Draco. Participa da organização dos prêmios de literatura fantástica Argos e LeBlanc. É o responsável pela Sextas de Sci-Fi, a coluna do blog do Planetário do Rio sobre Ficção-Científica. É o atual presidente do Clube de Leitores de Ficção-Científica (2019-2021). Mantém os blogs http://blogdefc.blogspot.com/ e http://planeta.rio/blog/

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