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R.U.R. e a origem do termo “robô”

Seres robóticos, até então conhecidos como “autômatos”, surgiam em narrativas fantásticas da literatura do século XIX como manifestações de um poder misterioso e sobrenatural, na maior parte das vezes trazendo destruição. A Revolução Industrial e os avanços da ciência passaram a alimentar o imaginário de autores da época, muitas vezes resultando em tramas utópicas ou distópicas. 

A palavra “robô” aparece pela primeira vez em R.U.R.: Robôs Universais de Rossum, peça de teatro do escritor checo Karel Čapek. Segundo o dramaturgo, o termo foi criado por seu irmão, não por ele próprio, e deriva do tcheco “robota”, que significa trabalho forçado, um sinônimo de trabalho escravo.

Robôs quase biológicos

Em R.U.R., robôs são construídos em larga escala para substituição da mão de obra humana, a menor custo. Uma revolta das máquinas leva à quase completa extinção da raça humana: resta um único homem, poupado pelos robôs por “trabalhar com as mãos”, como eles. 

A peça estreou em janeiro em 1921 e foi sucesso imediato. Em poucos anos, já havia sido traduzida para mais de 30 idiomas. As criaturas de R.U.R., porém, não são como as que imaginamos quando pensamos em robôs. Elas são desenvolvidas a partir de protoplasma e possuem pele, órgãos, fibras nervosas e ossos — produzidos em fábricas. Assemelham-se bastante aos humanos, sendo facilmente confundidas com eles.

 

Cena de R.U.R. em versão da peça produzida pelo Theatre Guild (1928).

A concepção de criaturas quase biológicas faz nascer um movimento que luta pelos direitos dos robôs, do qual a personagem Helena é uma representante. Ela é eventualmente convencida de que sua luta é inútil, mas insiste que os robôs devam ter uma “alma”, para que sejam seres completos, e assim é feito.

Os robôs de R.U.R. agora têm vontade própria, e estão cansados do trabalho escravo. Projetados para serem fortes e resistentes, muito mais que o próprio homem, a derrota da raça humana é inevitável. Mas Helena havia destruído a fórmula para criação de novos robôs, e Alquist, o último humano restante e mero secretário de obras, não é capaz de recriá-la.

 

A revolta dos robôs em uma versão da peça produzida pelo Theatre Guild (1928).

Uma curiosidade interessante sobre R.U.R. diz respeito ao período em que a peça foi criada e suas semelhanças com os dias de hoje: o mundo havia acabado de passar pela gripe espanhola e ainda sofria seus efeitos, o que lembra muito o momento atual, marcado pela pandemia de Covid-19. 

Hoje muito se comenta, também, sobre a ascensão do fascismo no Brasil. Escrita no período entre guerras, a revolta dos robôs em R.U.R. é uma crítica ao trabalho forçado. A ideologia fascista começou a conquistar terreno durante a Primeira Guerra Mundial, na Itália, e logo mais ganharia força em outros países da Europa, especialmente na Alemanha. 

Adaptações e memória na cultura popular

Um trecho de R.U.R. foi adaptado para televisão em fevereiro de 1938, pela BBC. Foi a primeira transmissão em TV de uma obra de ficção científica, assim como a primeira aparição do termo “robô” em uma obra audiovisual. A peça seria readaptada para a rádio em 1941, também pela BBC, e novamente para TV em 1948, agora completa.

 

A primeira adaptação televisiva de R.U.R. (1938), pela BBC.

Referências à peça de Karel Capek são notáveis ainda hoje em diversas obras de ficção científica desenvolvidas para TV. Elas podem ser encontradas em Doctor Who, Star Trek, The Outer Limits, Dollhouse e até em Batman: The Animated Series, entre outras.

Para os fãs de ficção científica que se interessaram pela história e trajetória de R.U.R.: Robôs Universais de Rossum, uma boa notícia: a Editora Madrepérola publicará uma adaptação da peça para o romance, previsto para entrar em financiamento coletivo ainda este ano

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